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Archive for outubro \30\+00:00 2008

Um espetáculo para gestantes, lactantes e simpatizantes

Desde que o mundo é mundo, as mulheres grávidas são perseguidas por dúvidas e incertezas. Muitas buscam a ajuda da ciência, da tecnologia, da literatura médica. Outras, contam histórias. O espetáculo, interativo e alegre, resgata histórias antiquíssimas de várias culturas que tratam das questões relacionadas à maternidade, o desejo de engravidar, os medos, a espera e o nascimento. Acompanhadas de música ao vivo, teatro de sombras, bonecos e projeção de imagens, as histórias são entremeadas com uma série de simpatias enraizadas na cultura universal sobre gravidez e cuidados com o bebê. Tempo de Espera visa compartilhar de forma lúdica as histórias milenares com grávidas, grávidos e simpatizantes de todos os tipos. É um espetáculo para adultos mas, como não poderia deixar de ser, adultos que vivem em sintonia com as crianças.

Contadoras de Histórias e Manipuladoras:

Andi Rubinstein e Urga Maira Cardoso

Musicistas:

Luciana Cestari, Lucilene Silva e Renata Mattar

Concepção e Roteiro:

Grupo Lampejo

Data:

01/11 sábado às 20:30h

Idade:

Livre

Entrada Gratuita – Retirada dos ingressos a partir das 14h, contribua com 1kg de alimento não perecível para doação

Local:

Teatro do Centro de Cultura Judaica

R. Oscar Freire 2500 – junto ao metrô Sumaré

Tel. 3065-4333

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Trabalho e crianças

Seja por emails, seja nos nossos encontros estamos sempre tentando adaptar a vida de mulher trabalhadora que luta  por seu lugar ao sol e a mulher mãe que luta pela vivência com filhos.

Pois é, eu acho que este é o dilema da mulher moderna mesmo. Como conseguir avançar no mercado de trabalho, mostrar sua capacidade produtiva e ainda conseguir ser mãe sem tercerizar 100%?

Durante esses anos de Matrice eu já via as mais diversas formas encontradas por estas mulheres maravilhosas. Seja levando babá para o escritório, seja aceitando ganhar menos, mas sem largar o seu emprego para poder levar seu bb no trabalho e consequentemente sua maternidade da maneira mais próxima possível do seu bebê. E convenhamos é bem mais fácil bbs pequenos frequentarem esses lugares do que  bbs maiores. Bbs pequenos até uns 5 meses são bem mais portáteis que bebê maiores.

Particularmente eu acho que todo este dilema é o dilema da mulher moderna, ou como diaria uma grande amiga minha, da mulher “bacana”; que com certeza acharemos saídas!

Bom.. mas por que eu estou falando tudo isso? Pq esta semana eu vi a Carol Dieckmamn que levou o seu menor, José, para a gravação. Olha que bela demonstração de maternagem!!!!

a matéria esta aqui e a foto tb!
Quem sabe esta maternagem vira “moda”

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oferecimento da Karina Kohatsu para as MATERNAS

Clique nas imagens para ler e se divertir


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Já pensou em fazer a feira na laje de casa? Não é piada. Nem estamos falando de colher uma pimentinha ali, um tomate acolá. Mas alface, rúcula, rabanete e até morangos sem um pingo de agrotóxico para suprir as mais fartas receitas. O plantio de hortaliças e frutas no meio da cidade não é coisa nova, não. Começou depois da Revolução Industrial, na Europa, quando as pessoas migraram para as cidades e faltaram alimentos. Na França, por exemplo, ainda hoje existem os jardins familiares, pequenos terrenos alugados a preços módicos pela prefeitura às famílias que desejam plantar seus ingredientes favoritos. No Brasil, houve projetos similares em 1929, em 1945 e em 1983, por exemplo, quando foram criadas cerca de 170 mil hortas nos lares do estado de São Paulo. Algumas dão frutos até hoje. De lá para cá, os espaços ociosos nos centros urbanos ficaram ainda mais diminutos. Por isso, o projeto Plantando na Cidade, do curso de agronomia da Faculdade Cantareira, de São Paulo, propõe a ocupação de quintais e lajes em casas e edifícios residenciais e comerciais com hortas em canteiros suspensos montados sobre telhas. Assim, gasta-se um volume de terra muito menor que em um canteiro no chão e não é preciso impermeabilizar a laje, o que é caro e trabalhoso, pois a telha já é impermeável, diz Marcos Victorino, responsável pelo projeto. Em espaços de 2 metros quadrados, já dá para plantar alimentos suficientes para substituir a ida à feira. Se for uma área comum do prédio, você ainda aproveita o momento da poda e da rega para cultivar uma boa relação com os vizinhos.

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Já foi uma moedinha ai?

 

A Paola nunca engoliu nada!  Mas já ouvi muitas e muitas histórias de moedas. Olha o que achei na folha equilibrio:

Moeda é campeã entre corpos estranhos engolidos por crianças

da Folha de S.Paulo

Objetos aparentemente inofensivos são os principais agentes envolvidos em acidentes por corpo estranho entre crianças e adolescentes de até 15 anos.

Uma pesquisa realizada em Londrina (PR) analisou os 434 acidentes por corpo estranho nessa faixa etária registrados no município ao longo de um ano e concluiu que as moedas foram responsáveis por 11,5% dos casos, seguidas por grãos e sementes (7,4%), bolinhas, botões e tampas (7,4%) e peças de brinquedos (6,9%).

Bijuterias, alimentos, esponjas, cola, parafusos, cotonetes, palitos e canetas também trazem riscos, segundo o artigo, publicado nos “Cadernos de Saúde Pública”.

A faixa etária de um a três anos concentrou o maior número de ocorrências (46,3%). Segundo o estudo, 94% dos acidentes foram provocados pela penetração de corpo estranho no olho, no nariz ou nos ouvidos.

Mães e Filhos

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Bicho não é brinquedo!

Conheça a seguir quais são os erros mais comuns que cometemos com a bicharada e tire ainda mais prazer e alegria dessa relação.

Bicho para quê?
Essa é a primeira pergunta que todo mundo deveria se fazer antes de comprar ou adotar um mascote. Se a resposta for “para convivência e amizade”, bingo! Cães e gatos são grandes companheiros, que precisam e gostam do contato próximo com seus donos. Mas há duas respostas erradas bastante freqüentes. A primeira delas: “Porque as crianças querem”. Adotar um animal deve ser uma decisão de toda a família, e os pais precisam estar conscientes de que, por mais que os filhos prometam cuidar dele, vai, sim, sobrar trabalho para os adultos. Além disso, como não têm noção de que cães e gatos também sentem frio, fome, dor e tristeza, crianças com menos de 6 anos não são uma companhia segura, especialmente se ele for filhote.

Outra motivação equivocada é ter um animal “para proteção”. Confinar um cão no fundo do quintal e privá-lo do convívio da família imaginando que assim ele será mais bravo é um engano perigoso.“O correto é apostar na inteligência do animal, socializá-lo e adestrálo adequadamente, para que ele saiba distinguir quando deve ou não atacar”, afirma a veterinária Hannelore Fuchs, de São Paulo, especialista em comportamento animal. Em vez de dar um destino tão miserável a uma vida, que tal instalar equipamentos eletrônicos de segurança? Dá menos trabalho e sai muito mais barato.

Sinal amarelo
No caso de cães e gatos, xixi fora do lugar, agressividade, hiperatividade, destruição de móveis e excesso de ruídos são algumas das principais causas de abandono – para espécies exóticas, como cobras e lagartos, é mais comum o bicho crescer além do que os donos imaginavam. É preciso saber, porém, que isso não ocorre por má intenção do animal. Bichos não possuem sentimentos humanos complexos como vingança, culpa ou ciúmes, afirma o psicólogo americano Marc Hauser, da Universidade de Harvard, autor do livro Wild Minds (em português, “mentes selvagens”, inédito no Brasil). Para eles, tudo é uma questão de medo, tédio, tristeza e atenção.

Em outras palavras: por trás de um cão, um gato ou um papagaio mal comportado, pode haver uma criação inadequada na infância, falta de atenção, excesso de energia para gastar ou simplesmente estresse.

Mas tudo tem solução, dizem os especialistas, e o mais importante é encarar o distúrbio como um sintoma de algo a ser tratado. Se possível, com ajuda profissional. Bater no animal, além de ser um ato covarde, só fará com que ele se torne mais medroso e inseguro. Converse com seu veterinário. Muitas vezes, basta direcionar o comportamento para algo não destrutivo, como garantir ao seu amigo mais brincadeiras.

Focinho de um…
Além dos traços físicos, cada raça possui características temperamentais e necessidades bastante distintas. E é preciso ver se elas se adaptam a você e ao seu estilo de vida, para não sofrer mais tarde. Levar para um apartamento cães de caça como um dachshund, que adora correr e cavocar a terra, ou deixar a maior parte do dia sozinhos um collie ou um terrier, que carecem de muita atenção e estimulação, é sinônimo de problema. “Informar-se sobre o animal antes de levá-lo para casa é uma forma de respeito a ele e o único meio de atender às suas necessidades básicas”, afirma a veterinária e etóloga Rubia Burnier. Há um tipo de bicho, porém, que não tem restrição e é quase unanimidade entre os especialistas. Sabe qual? O vira- lata. “Ele tem mais capacidade de se adaptar aos diversos ambientes, é o mais independente, o mais fácil de trabalhar e o mais fiel”, diz Rubia. Além disso, é o mais saudável geneticamente, pois não foi submetido aos sucessivos cruzamentos consangüíneos que os criadores fazem nas raças mais “puras”.

Bibelô da mamãe
Essa costuma surpreender muitos donos que se acham bonzinhos: viver com o bicho sempre no colo e mimálo como um bebê é péssimo para a saúde psicológica dele. “O animal desenvolve dependência do dono e sofre uma angústia profunda sempre que se separa dele”, diz Rubia. Quem passa o dia inteiro fora e, à noite, decide compensar dando atenção exclusiva, também erra: isso faz com que sua chegada fique supervalorizada, levando o bicho, muitas vezes, a passar o resto do dia plantado na porta esperando – o que, convenhamos, não é vida.

Se você gosta realmente de seu amigo, precisa ensiná-lo a ficar feliz também sozinho. Uma das melhores formas é dar-lhe o direito de viver com um companheiro da mesma espécie, criando dois animais. Outra é acostumá-lo gradativamente a ser mais independente e fazer com que ele associe sua ausência com algo prazeroso, como uma caixa de brinquedos que o bicho acessa somente quando fica só.

Questão de limites
Permitir que o cão durma na sua cama ou suba no sofá é outra atitude para a qual os especialistas torcem o nariz. “Isso estimula o instinto de dominância do animal, o que pode levar a vários distúrbios de comportamento mais tarde”, afirma Rubia. O bicho deve poder circular pela casa, mas tem que saber que há regras a serem respeitadas, como,por exemplo,deitar-se somente em sua própria almofada, no chão. Não precisa ter pena. Os cães, por exemplo, são animais que vivem em matilha. Para eles, a hierarquia é fundamental. Eles ficam perdidos quando não entendem qual posição ocupam no grupo: se o lado dos dominantes ou o dos dominados – isso para não falar nos casos em que se convencem de que são os reis da casa e passam a redecorá-la ao gosto canino.

Educação vem do berço
Além de limites, cães, em especial, precisam de educação. A lógica é a mesma das crianças: ninguém se educa sozinho. As técnicas de treinamento, acredite, também seguem os princípios da psicologia infantil: reforçar os comportamentos positivos e nunca usar de violência. O trabalho de adestramento dura cerca de seis meses, deve ser feito por um profissional especializado e não se restringe a ensinar ao bicho truques engraçadinhos: ele aprende a se comportar diante de outras pessoas, a respeitar ordens, a conviver com estímulos como carro e barulho, entre outras habilidades fundamentais para a boa convivência.“É uma forma de se fazer entender pelo animal”, diz Rubia

Prole sob controle
Castração. A palavra, sem dúvida, é horrível: lembra mutilação, censura, agressão. Talvez por isso, muitos donos tenham tanta resistência e pena de esterilizar seus animais. Grande engano, dizem os especialistas. “Esse é um dos principais atos da posse responsável”, afirma Hannelore. Só assim se podem evitar as crias indesejadas e a superpopulação de bichos abandonados, causa de um interminável ciclo de sofrimento e crueldade. Por mais que você consiga donos para uma ninhada, jamais poderá ter certeza de que eles, e seus futuros filhotes, serão bem tratados. “Para o animal, não há vantagem alguma em deixar que ele se reproduza”, explica Hannelore. Pelo contrário: a castração, uma cirurgia de recuperação rápida, diminui as chances de tumores nas fêmeas e de inflamação da próstata e testículos nos machos, além de acabar com vários comportamentos sexuais indesejados, como a agressividade, a vontade de fugir para cruzar ou a necessidade de demarcar território com urina.

Se depois de ler tudo isso você passou a pensar duas vezes antes de trazer a companhia de um animal para a sua vida, ótimo: era essa a intenção. Significa que você acaba de ganhar um atestado de dono responsável – mesmo que,depois de refletir, tenha chegado à conclusão de que, por enquanto, o melhor para o seu caso seja curtir esporadicamente as estripulias do bicho de algum amigo. Quem resolve abrir o coração, no entanto, garante que vale a pena. E mais: descobre que, no fundo, nem dá tanto trabalho assim. Como diz o veterinário americano Marty Becker, autor do best-seller O Poder Curativo dos Bichos (Bertrand Brasil), estreitar o relacionamento com um animal não é algo que se faça apenas por ele, mas por você.“As pessoas com os vínculos mais profundos com seus bichos de estimação são as que obtêm os maiores benefícios para a saúde”, afirma. Diz aí: existe remédio ou tratamento mais divertido?

Mandamentos do bom dono

1. Antes de adquirir um bicho, considere seu tempo médio de vida.

2. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará do animal nas férias e feriados.

3. Prefira animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso.

4. Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico necessário.

5. Não deixe seu animal sair à rua sozinho e, quando passear com ele, use coleira. Isso evita problemas para ele, para você e para os outros.

6. Em casa, no entanto, não mantenha o bicho acorrentado.

7. Cuide da saúde do animal. Providencie local e alimentação adequados (não dê sobras de comida, que em geral não atendem às necessidades nutricionais do bicho). Não deixe água estagnada no pote, vacine, dê banho, escove e exercite-o. Quando estiver doente, leve ao veterinário.

8. Zele também por sua saúde psicológica. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele. Não o castigue nem maltrate.

9. Eduque o animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeite suas características.

10. Ao sair na rua com seu cachorro, recolha a sujeira que ele fizer. Essa é uma regra básica de civilidade e higiene.

11. dentifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses de sua cidade.

12. Evite crias indesejadas. Castre machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contra-indicações.

Fonte: Arca Brasil, Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal e Revista Vida Simples

PARA SABER MAIS
LIVROS
• O Poder Curativo dos Bichos, Marty Becker (Bertrand Brasil)
• Adestramento Inteligente, Alexandre Rossi (CMS)
• Guia do Cão, Joan Palmer (Estampa)
• 97 Maneiras de Fazer Seu Cachorro Sorrir, Pat Doyle e Jenny Langbehn (Sextante)
• Gatos e Gatinhos, Lydia Darbyshire (Edições 70)
• Wild Minds, Marc Hauser (Penguin UK)

SITES
Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal
Humane Society of the United States
Dra. Rubia Burnier, com dicas e artigos sobre comportamento animal

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Extraído do livro Un Regalo para Toda La Vida

Guía de Lactancia Materna, do Dr. Carlos González

Se é verdade que nenhum bebê amamentado sofre escorbuto (por falta de vitamina C) ou pelagra (por falta de niacina), sim existem muitos que têm anemia por falta de ferro.

O leite materno é pobre em ferro, mas esse ferro se absorve muito bem, melhor que o de qualquer outro alimento. O leite de vaca também é pobre em ferro e ainda por cima se absorve muito mal. E o leite de todos os mamíferos que já foram analisados é pobre em ferro. Quando uma mãe toma suplemento de ferro, a quantidade de ferro no seu leite não aumenta. O qual nos chama a atenção, porque se damos a essa mesma mãe aspirina, a quantidade de aspirina sim aumenta. Existe, ao parecer, um mecanismo biológico que impede, ativamente, que no leite exista demasiado ferro. Será que o excesso de ferro não é bom para os bebês? Dizem (mas não há provas) que o excesso de ferro no tubo digestivo poderia facilitar a diarréia, porque vários dos micróbios maus que produzem diarréia necessitam muito ferro para viver, enquanto que os micróbios bons, os lactobacilos que formam a flora digestiva dos bebês amamentados, podem viver com muito pouco ferro. Em uma série de estudos, os bebês saudáveis, sem anemia, aos que se davam suplementos preventivos de ferro, ao completar um ano pesavam e mediam um pouco menos que os do grupo de controle, sem suplementos de ferro. Parece que dar muito ferro a um bebê que não necessita não é de todo inócuo e talvez seja conveniente evitá-lo (estou falando dos que não necessitam. Se seu filho tem anemia e receitaram ferro, claro que você deve dá-lo).

Se o leite tem pouco ferro, porque não tem anemia todos os bebês desde que nascem? De onde conseguem o ferro? De lugar nenhum, os bebês já nascem com depósitos de ferro.

O ferro faz parte da hemoglobina, a molécula que transporta o oxigênio para o sangue. O feto toma o oxigênio do sangue da mãe, através da placenta. Imagine a placenta como uma rede, e dos dois lados os times jogam a bola. Aquele que fica com a bola ganha. Mas a natureza não pode permitir que a mãe ganhe esse jogo, se a mãe fica com o oxigênio, seu filho morre. De modo que existe um “trambique”. O time do feto tem mais jogadores e são todos profissionais. O feto tem um tipo de hemoglobina especial, a hemoglobina fetal, que se engancha mais forte ao oxigênio que a hemoglobina normal. E além disso, tem um monte de glóbulos vermelhos, mais (por mililitro) que sua mãe e inclusive mais que seu pai (os homens adultos têm mais glóbulos vermelhos que as mulheres, mas o feto tem ainda mais).

O resultado é que quando nasce, o feto tem um monte de glóbulos vermelhos de sobra. Rapidamente se destroem não só os que sobram, mas todos, porque já não necessita hemoglobina fetal. E ao mesmo tempo se fabricam novos glóbulos vermelhos, com hemoglobina normal. A hemoglobina que é destruída se converte em bilirrubina, por isso alguns recém-nascidos ficam ictéricos (amarelos). Entre um e dois meses, ela alcança o ponto mais baixo, quando restam poucos glóbulos vermelhos fetais, mas ainda não se fabricaram suficientes glóbulos normais e o bebê tem uma anemia transitória, a anemia fisiológica do recém-nascido (fisiológico quer dizer que é normal, que não é uma doença).

O ferro daqueles glóbulos vermelhos restantes se armazena e se usa aos poucos para fabricar novos glóbulos. Assim que o grande problema é: quanto durarão os depósitos? Quando o ferro armazenado se acabe, o pouco ferro do leite materno será insuficiente e o bebê necessitará comer outros alimentos ricos em ferro.

Já faz muitas décadas foram feitos cuidadosos cálculos e chegou-se à conclusão que esses depósitos podem esvaziar-se entre os seis e os doze meses. Baseando-se nesses dados, é costume dizer que “a partir dos seis meses o ferro no leite materno é insuficiente e por isso é necessário introduzir a alimentação complementar”. Mas, claro, isso é uma simplificação muito exagerada. O mais correto é dizer ” A partir dos seis meses, alguns bebêm podem precisar de alimentação complementar, enquanto outros têm ferro suficiente só com o peito até os doze meses” (ou talvez mais). O problema é saber quem precisa de ferro e quem não. Esses cálculos foram feitos numa época em que era costume cortar o cordão umbilical logo ao nascer. Hoje sabemos que é melhor cortá-lo alguns minutos depois e que assim diminuem os casos de anemia no primeiro ano de vida.

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Banho de mangueira no quintal pode terminar em guerra de esguicho e festa – é só começar

Se um marciano recém-chegado à Terra perguntasse a você o que é felicidade, que cena você escolheria para mostrar esse sentimento em seu mais puro estado? Um casal se unindo numa igreja? Um jovem recebendo seu diploma? Uma mãe amparando seu bebê pela primeira vez? Todas essas imagens expressam diferentes formas de realização, mas eu preferiria levá-lo para a beira de um rio para ver crianças brincando de pular na água, naquele tchibum sem igual na vida, correndo pela pedra para tomar impulso e mergulhar de pé com as pernas balançando para tudo que é lado. Tem alegria maior, mais pura que essa? Só a de cenas comparáveis: a menina escorregando na grama a mil por hora na chapa improvisada de madeira, o garoto pegando jacaré… Todas versões da mesma coisa: inocência e frescor, brincadeira e leveza, corpo e emoção, curiosidade e criatividade, senso de aventura e liberdade.

Se a gente reparar bem, ao nomear essas qualidades estaremos falando exatamente dos componentes básicos que garantem a felicidade. Não tem dinheiro no meio, tem? Também não tem segurança e estabilidade, tem? Esses momentos, ora veja, também não dependem nem de nada nem de ninguém. Muito menos de condições especiais, de pré-requisitos, ou de como a coisa deve ou não deve ser, essa mania de gente adulta. Porém, vamos ter de admitir: todo mundo sabe que não é mais criança. Temos outras necessidades, compromissos e responsabilidades. Criamos vínculos, travas, mordaças. Mas, hummm, será que não dá mesmo para conciliar as duas coisas? Será que não dá para buscar mais leveza e frescor, espontaneidade e alegria ou aventura e irreverência em nossas vidas? O mais legal dessa história é que dá, sim.

Você, como eu, também torcia o nariz quando ouvia falar da criança interior? E de como era importante expressá-la no dia-a-dia? Irônica, cheguei até a imaginar a cena: as crianças interiores do adultos saindo para fora das pessoas com estilingue no bolso ou com o coelho da Mônica pela mão, prontas para atingir o primeiro desavisado que aparecesse. Por isso, quando alguém vinha com essa conversa, assobiava, olhava para os lados e saltava fora. Até que um dia resolvi me aprofundar no assunto.

O criador da psicologia analítica, o suiço Carl Gustav Jung, por exemplo, passou um bom tempo de sua vida a estudar o tema. Um de seus mais brilhantes discípulos, James Hillman, também. Isso queria dizer que essa história de criança interna não era só coisa de livro de auto-ajuda. Reconheci: estava mais que na hora de saber como o contato com meu lado criança poderia ajudar a me dar mais vigor e alegria na vida.

Sob o quentinho do sol
Existem várias maneiras de contatar sua criança interna, e uma das melhores é a mais direta. Isto é, sempre que tiver chance, torne-se uma criança, desperte em você mesmo o menino ou menina que já foi um dia. Um grande mestre nos ensina como fazer isso: Se estiver na praia, comece a catar conchinhas ou a fazer desenhos na areia; se estiver no jardim, brinque com o cachorro, observe com atenção formigas, passarinhos e borboletas. Sempre que puder estar com crianças de verdade, misture-se a elas e deixe de ser adulto. Deite-se no gramado, como uma criança pequena aproveitando o quentinho do sol. Corra pelado, como a meninada faria. No banheiro, em frente ao espelho, faça careta, ou, quando estiver na banheira, jogue água para cima, brinque com patos de plásticos ou barquinhos. As possibilidades são infinitas. O mais importante é esquecer-se da sua idade. Essas palavras são do mestre indiano Osho. Ele nos ensinou a nos tornarmos crianças como um tipo especial e muito importante de meditação. E explica por que ela nos faz bem: Tudo isso é necessário para conectá-lo outra vez com sua infância. Você tem que regredir, chegar ao fundo das memórias, porque as coisas só podem ser mudadas se atingirmos suas raízes.

É isso: quando entramos em contato com a criança que já fomos, acessamos a energia e a criatividade do mundo infantil e somos rejuvenescidos pelo influxo dessa nova seiva. A gente se sente renovado, disposto. É por esse motivo que, quando estamos relaxados e felizes, inconscientemente já fazemos isso. As férias, por exemplo, favorecem o aparecimento de várias crianças interiores. Flagrei algumas com seus 40 e poucos anos empinando pipa na praia, jogando peladas na areia, disputando campeonatos de pebolim no bar ou tomando sorvete com cobertura de pastilhas de chocolate coloridas, jujuba, damasco e cereja, tudo ao mesmo tempo.

Ok, essa é uma das maneiras de arejar essa criança presa dentro do armário do peito e convidá-la para passear. Mas será a única?

Garotos são de lascar
Você era uma criança levada? Mandona? O dono da bola ou o que escolhia o pessoal na hora de jogar queimada? Ou era aquela criaturinha tímida e sensível com o cobertorzinho na mão e o último a ser escolhido na hora do jogo de vôlei? Morro de vergonha de dizer que era do segundo time, o das crianças quietinhas. Daquelas que costumam ser passadas para trás pelas mais espertas, sabe? Então, uma das questões cruciais que tinha para a psicoterapeuta junguiana Sônia Belotti era exatamente essa: a criança interior com que tenho de entrar em contato é aquela menina que sempre preferiu seu mundo interno e as paisagens da natureza? São as crianças que já fomos na vida?

O primeiro passo é aceitar a criança que já fomos um dia, do jeitinho que ela era

A resposta esconde uma sutileza. A criança interior é aquela que imaginamos ter sido um dia. Talvez nem seja realmente a criança que realmente fomos, segundo nossos pais ou amigos, por exemplo, mas sim aquela que ficou registrada em nossa psique, com suas vivências e emoções. Ela é inteiramente subjetiva, diz Sônia Belotti.

Bom, agora que já sabemos quem ela é, como vamos acessála em nossa memória? A terapeuta diz que uma boa maneira é verificar atentamente nossas fotografias de infância. Olhares e expressões nos dizem muito de quem a gente foi, mais até que nossas recordações, que às vezes traem o que verdadeiramente nos aconteceu. Sônia me aconselhou também a fazer uma meditação usando visualização: imaginar a garota que fui, no meu quarto, ou envolvida com minha brincadeira favorita. Quando essas imagens estivessem nítidas em minha mente, ela me disse para olhar para essa criança em seus olhos e abraçá-la, totalmente disposta a aceitá-la de coração tal como ela é. É um exercício que em psicanálise se chama de imaginação ativa.

Com uma certa resistência, fui fazer a experiência da tal visualização. Emocionei-me bastante, percebi o quanto gostava dessa menina de pijaminha de flanela que eu tinha sido.

Lembrar-se de si mesmo quando criança ajuda a contatar uma fonte inesgotável de energia

Também vi o quanto ela precisava do meu abraço, do meu aconchego. Saí da meditação com um sentimento muito bom no coração.

Outra prática proposta por Sônia para travar contato com a criança interior é deixar um retrato de infância no criado-mudo por uns tempos. E, sempre que possível, perguntar mentalmente a essa criança, antes de dormir, o que ela mais deseja na vida. A resposta, diz a especialista, pode vir em sonhos, insights (revelações instantâneas), numa coisa que você vai ler ou alguém vai lhe dizer. Seu inconsciente, que está em contato com seu ser mais essencial, vai responder. E, com base nessa resposta, suas próximas metas podem estar mais alinhadas esse seu eu mais profundo.

Investir em seus próprios sonhos (mesmo com adaptações) garante a ativação de algumas das qualidades que mais trazem felicidade à alma humana: coragem, alegria, abertura, sentido de aventura. Essa me parece uma maneira inteligente de entrar em contato com a menina ou menino que um dia fomos. Tanto quanto tomar sorvete ou jogar pingue-pongue.

Jung e os bloquinhos
Agora que já sabemos entrar em contato com a criança interna, temos de saber para que serve isso, afinal. E ninguém melhor que o psicanalista suiço Carl Gustav Jung para responder. Jung fez uma fantástica descoberta: percebeu que, ao repetir sua brincadeira favorita de infância, que era construir casinhas com blocos de madeira, pedras e areia, acionava uma enorme fonte de energia e criatividade interna. Enquanto se divertia em montar cidades usando as pecinhas de madeira, idéias brotavam aos borbotões em sua mente. Foi com base nesse expediente que ele elaborou temas importantes dentro de seu sistema de pensamento, como a teoria dos arquétipos, do inconsciente coletivo e outros temas essenciais de seu trabalho. Para completar, escreveu uma tese onde explica a enorme importância de acessar o mundo interno infantil e regredir voluntariamente como uma maneira de acessar uma fonte insuspeitada de vitalidade, intuição e abertura.

Seu discípulo James Hillman também dá força a essa idéia da brincadeira: O que a psicologia profunda passou a denominar regressão é apenas o retorno à criança interna, disse ele. É um processo de interiorização na busca de energia criativa, inovadora, que nos possibilita ampliar e desenvolver nossa jornada na busca de um sentimento de totalidade e plenitude. Por isso é que, depois de jogar pelada, furar onda ou andar de bicicleta, não há marmanjo que chegue em casa sem aquele sorrisão no rosto. Mesmo fisicamente exaustos, a vida nos parece tão boa e generosa que nos dá muita vontade de realizar coisas, amar as pessoas e ser feliz.

Realizar sonhos é outra maneira insuspeitada de expressar o que pede sua alma infantil

A criança ferida
A maioria das pessoas continua tendo contato com sua criança interior mesmo adulta, por meio de hábitos, desejos e condutas infantis. E essa criança interior que habita a alma de cada um pode vir à tona de várias formas, tanto positivas quanto negativas. Ela pode ser alegre, divertida, viva, quando expressa o arquétipo em seu lado positivo, ou melancólica, mal-humorada, teimosa ou birrenta, quando se mostra em seu lado negativo. Nesse último caso, essa exteriorização quase sempre vai revelar uma criança ferida e até hoje magoada. O primeiro lugar em que vamos encontrar essa criança abandonada é nos sonhos, em que nós mesmos, um filho nosso ou uma criança desconhecida é negligenciada, esquecida, deixada para trás, diz James Hillman. Acalentar, cuidar e dar segurança a essa criança ferida, seja com visualizações, seja com terapia, pode ser um passo muito importante para sua cura, segundo os parâmetros da psicologia analítica.

E Jung dizia mais ainda. Ele afirmava que toda vez que temos vontade de expressar os aspectos positivos da criança interna estamos dando claros sinais de que podemos estar a um passo de um grande evento: a obtenção da totalidade psíquica ou, em outras palavras, de atingir aquele estado de plenitude, alegria e felicidade tão bem representado pela criança quando tem todas as suas necessidade atendidas. Lembra a linda imagem usada pela compositora Dolores Duran que fala da paz de criança dormindo, na canção Para Enfeitar a Noite do meu Bem? O mestre da psicanálise diria que ela retrata com poesia e precisão o arquétipo da Criança Divina, que é a expressão maior e mais profunda da criança interior. É como se fosse a dimensão mais pura de nós mesmos, que pode ser atingida em alguns raros momentos durante a vida, quando temos a maravilhosa sensação de estar plenos, felizes e absolutamente integrados ao universo.

Você tinha idéia do quanto é importante travar contato com sua criança? Eu não.

Os egoistinhas
E aqueles adultos-crianças que não amadurecem nunca, chatinhos, mimados, egoístas e teimosos? Bom, eles estão em contato com o aspecto negativo de sua criança interior e tão identificados com ele que não conseguem amadurecer. É muito diferente de um adulto maduro que trava contato com seus aspectos infantis (tanto positivos quanto negativos, pois a tentativa é justamente conhecer-se melhor). Um é uma criança grande que não alcançou a saudável contrapartida da maturidade. O outro, um ser maduro que tem a sabedoria de não asfixiar a criança que já foi um dia.

Existe ainda outra classificação interessante. Adultos e crianças podem ser extrovertidos e introvertidos, segundo as concepções junguiana e freudiana. Sonhos de crianças/adultos introvertidos, que extraem mais prazer de seu centro interno, trazem características mais autocentradas: viajar sozinho de moto pelo deserto de Atacama, ter um refúgio de madeira à beira de um lago ou construir um veleiro com as próprias mãos. O contrário também vale: os extrovertidos, que extraem mais prazer com o que está fora, podem sonhar em ir com os amigos para a África do Sul na próxima Copa do Mundo, querer organizar um mutirão de Natal para ajudar crianças carentes ou dar uma festa de arromba para comemorar seus 50 anos. O ideal, porém, é que, temperados pela sabedoria da maturidade, o adulto amplie um pouco mais seu centro de prazer infantil, ou incluindo alguém, no caso dos introvertidos, ou excluindo o excesso de pessoas ou a atividade exagerada, quando se fala de extrovertidos. A maturidade e o autoconhecimento podem trazer mais equilíbrio à criança interna, diz Sônia. Os sonhos ficam mais ricos se compartilhados em mais justa medida e podem render mais satisfação.

Então, tá combinado: toda vez que você apostar em realizar um sonho (mesmo os atuais), tiver certeza de que o futuro vai ser benéfico e se sentir radiante e feliz, já vai saber que estará expressando sua criança interior. Também vai lembrar que as brincadeiras de infância e os exercícios de imaginação ativa, as ocasiões em que você se imagina quando pequeno, podem acessar um manancial imenso de criatividade e energia. Isso só para começar o jogo, porque tem muito mais coisas interessantes a respeito desse assunto, se a gente quiser se aprofundar. Da próxima vez que passar por uma seção de livros que falem da criança interior, juro que dou mais uma olhadinha e conto.

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andador ou caminhante?

Os primeiros passinhos são momentos marcantes na história entre mamãe e bebê. É a emoção de ver na criança uma autonomia até então impensável.

Mas quando a beleza do caminhar de um bebê é mais poética?

Quando de repente a natureza age e a surpresa toma conta, ou quando o que tomou conta da gente foi a ansiedade e estes primeiros passinhos foram dados forçosamente, dentro de um aparelho sem poesia nenhuma como o andador?

Na verdade, a falta de poesia é o menor dos perigos dos andadores. O aparelho traz prejuízos no desenvolvimento psico e motor do bebê.

A criança desde o nascimento passa por etapas do desenvolvimento em que cada fase serve de base para a próxima. Primeiro sustenta a cabeça, depois rola o corpo para os dois lados, se arrasta de barriga para baixo, senta com apoio, depois sem apoio, engatinha (alguns não passam por essa etapa), ficam em pé para então começarem os primeiros passinhos.

Em todo desenvolvimento motor e de equilíbrio a criança explora o ambiente e os objetos em sua volta, desenvolvendo paralelamente o aspecto neurológico. O bebê tenta alcançar objetos, observa os adultos e suas ações e imita.

O andador força a criança a pular várias dessas etapas essenciais para o desenvolvimento. Ela, por exemplo, não deixa a criança experimentar os “tombinhos” naturais do início do aprendizado do caminhar e, assim, a aquisição do equilíbrio é limitado e pode ainda deformar a estrutura óssea da perna.

Por pular etapas, o andador atrasa o início da marcha. Se o bebê é pequeno para o andador, usará somente as pontas dos pés para movimentar-se, o que poderá causar alguns problemas além do atraso da marcha, como alteração óssea.

A sensação de liberdade que o andador oferece é ilusão. O andador não deixa a criança explorar adequadamente o espaço que está. Um simples objeto no chão e que desperte a atenção do bebê passa a se tornar algo inalcançável para o pequenino, pois o andador não oferece condições para que ele pegue e conheça a peça.

Já o bebê que não usa o andador poderá sentar-se no chão, engatinhar ou ir se apoiando nos móveis até chegar ao objeto desejado. Lembre-se: enquanto manuseia objetos e brinquedos, o bebê está desenvolvendo seu cérebro.

Os acidentes que podem provocar graves lesões nas crianças são outro problema relacionado ao uso do andador. Os acidentes mais comuns são os tombos quando as crianças usam os pés para se impulsionarem para trás e batem a cabeça e as quedas em degraus.

De tão prejudiciais e perigosos para as crianças, a venda de andadores em países como o Canadá já é proibida desde 2004. A decisão foi estimulada pelo grande número de acidentes infantis com o equipamento.

A melhor forma de desenvolver a capacidade de andar da criança é deixá-la livre no chão, sob a supervisão de ao menos um adulto.

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Virou bordão dizer que as crianças não brincam mais na rua devido à falta de segurança nas cidades e que a diversão está sendo substituída pelos videogames. As afirmações infelizmente são fato e se transformaram em problema mundial. Porém, não podemos nos esquecer de que os exercícios físicos são ingrediente essencial para a vida, a saúde e a sociabilidade tanto dos pequenos quanto dos mais crescidos. Então, por que não unir o útil ao agradável e começar a mexer o corpo junto com seus filhos? Isso sim é que é dar exemplo. E, quem diria, comprovado cientificamente. Uma pesquisa feita na Universidade de San Diego, Califórnia, concluiu que filhos de mães ativas têm duas vezes mais chances de serem ativos do que os de mães sedentárias. Essa probabilidade salta para três vezes e meia quando se trata de o pai ser o cheio de energia e para quase seis quando ambos praticam atividades físicas. Mais do que servir de referência, quando os pais também entram na brincadeira estão agarrando a oportunidade de passar mais tempo com os filhos, de conversar, rir e superar dificuldades juntos. O que só faz o relacionamento ganhar em força e cumplicidade. Hoje, os pais trabalham fora, estão sempre correndo. É legal reservar um horário para praticar atividades juntos. Dizer a partir de agora, todo sábado vamos jogar futebol, ou todo domingo vamos andar no parque. Você acaba criando uma tradição na família, diz a psicoterapeuta Betina Serson, de São Paulo.

Quer mais argumentos? Ao contrário do que se possa pensar, a educação física na escola não supre a necessidade de exercícios para uma criança. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos concluiu que, nessas aulas, apenas 20% do tempo é dedicado à prática de exercícios. O restante é gasto com chamada dos alunos, formação dos grupos, explicações da prática. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que as crianças pratiquem ao menos uma hora de atividades físicas, de nível moderado a vigoroso, cinco vezes por semana. Portanto, apenas o colégio não dá conta do recado. É aí que os pais entram. Confi ra a seguir que tipos de atividades físicas você pode praticar com seus filhos, de acordo com a idade deles, e mãos à obra.

0 a 6 anos

O estímulo ao corpo começa quando os filhos ainda são bebês. Nos primeiros meses de vida, os pais devem mexer pernas e braços da criança e incentivá-la a se movimentar quando ela começa a engatinhar, pegar objetos e dar os primeiros passos, diz Mauro Guizelini, professor da Faculdade de Educação Física da Uni – FMU. Esse roteiro se repete até cerca de 2 anos, quando a criança adquire autonomia motora. Daí até os 6 anos, ela descobre e aperfeiçoa aptidões como andar, correr, saltar, arremessar, rolar, equilibrar. Além de fortalecer a musculatura e o crescimento dos ossos, essas ações estimulam os ciclos hormonais do organismo, regulando o crescimento e a qualidade do sono e da atividade. Nessa fase, a criança não tem padrão motor para praticar esportes com seriedade, mas é um período muito rico, de alfabetização do movimento, diz Arnaldo José Hernandez, chefe do Grupo de Medicina do Esporte do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O QUE FAZER:

– Natação para pais e bebês, praticada de forma recreativa. A criança faz força para se manter boiando, batendo os braços e as pernas e trabalha a respiração.

– Ioga para mães e bebês a partir dos 3 meses de idade. O pequeno fica apoiado na mãe enquanto ela pratica posturas de ioga que fortalecem os músculos usados no parto. Ele também faz posturas, manipulado pela mãe.

– Brinque de pega-pega, amarelinha, esconde-esconde. A partir dos 4 anos, a criança já entende regras básicas. Introduza a queimada, o rouba-bandeira.

– Use um minigol ou uma rede de vôlei baixa. A criança não vai aprender a jogar vôlei, mas vai saber que tem de arremessar a bola para o lado de lá da rede. Atenção: não adianta só diminuir o tamanho dos equipamentos e submeter seu filho a regras e exigências além de sua capacidade.

6 a 12 anos

A criança está apta a aprender os princípios dos esportes. Ela já assimila atividades mais programadas, porque desenvolveu um vocabulário de movimentos, diz Hernandez. Mas não especialize seu filho em uma só modalidade esportiva até os 12 anos. O ser humano precisa ter múltiplas experiências para desenvolver todas as habilidades. Isso é saúde em atividade física, afirma Guizelini. É importante deixar seu filho escolher que tipo de atividade ele quer praticar, como e até em que momento. Ninguém melhor do que a própria criança para orientar a brincadeira e o instante de parar, afirma a educadora Jany Pereira, do Museu de Educação e do Brinquedo da USP. A liberdade de escolher praticar tênis, por exemplo, e mudar de idéia dois meses depois também é fundamental.

Lembre-se sempre: a criança não pode ser obrigada a praticar uma atividade de que não gosta, só para satisfazer os pais. Aliás, é esse um dos motivos para meninos e meninas abandonarem o esporte e se tornarem até mesmo sedentários. E não coloque em seu filho a expectativa e o peso de que ele seja um grande atleta. O primeiro passo para ter um campeão em casa é não visualizá-lo quando o pequeno pede para ir a uma escola de futebol. Embora sonhe em ser um Kaká da vida, a criança só começa a aprender um esporte para valer a partir dos 12 anos, em média (modalidades específicas, como ginástica olímpica, começam mais cedo). Embora grande parte das atividades feitas antes dessa idade seja pura curtição, elas são fundamentais para o desenvolvimento humano, diz Hernandez.

O QUE FAZER:

– Comece a ensinar o jeito de pegar na raquete de tênis ou de bater um pênalti, por exemplo. Mas sem regras. É comum os pais dizerem que é para chutar assim ou arremessar assado. Mas, nessa faixa etária, é difícil para a criança ter uma técnica perfeita, diz a pediatra e médica do esporte Ana Lúcia de Sá Pinto.

– Parta para os esportes de quadra quando a criança estiver por volta dos 8 anos, idade em que começa a entender melhor as regras. Como a diferença de altura ainda é grande, vôlei e basquete, por exemplo, valem mais como brincadeira.

– Jogue pingue-pongue, esporte considerado intergeracional.

– Corra e ande de bicicleta. As modalidades individuais são bacanas porque não há atrito entre os jogadores, o que, com a diferença de tamanho e força entre adultos e crianças, aumentaria o risco de o pequeno se machucar.

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